domingo, 28 de junho de 2020

É feio dizer que faço doações de caridade?

Nessa semana o blog Aposente Cedo fez uma publicação sobre como fazer doações no imposto de renda sem gastar um centavo. Essa publicação me motivou a realizar esta e algumas outras que virão nas próximas semanas.

Quando imaginamos alguém falando que fez uma doação para uma instituição ou para uma pessoa, a primeira coisa que pensamos é que fulaninho quer aparecer ou se pabular (não sei se esse verbo só existe onde moro). Na maioria das situações é isso mesmo, mas falar que fazemos uma doação também é uma forma que nós temos para inspirar pessoas a fazerem o mesmo.

Imagine que você convidou alguns amigos para uma espécie de happy hour na sua casa. De repente um deles fala sobre o avô de um colega que era vítima de maus tratos e que não tinha dinheiro nem pra se alimentar com alguma dignidade. Também falou que esse vovô foi levado para um abrigo filantrópico que está enfrentando grandes desafios para se manter.

Será que não seria um bom momento para você inspirá-los dizendo que faz doações para um abrigo de idosos? Sim, é um excelente momento! Fale para ele que você doa para um abrigo. Fale como é simples. Muitas vezes as pessoas deixam de doar por achar que é complicado ou por achar que precisa doar muito dinheiro. Conte que é possível automatizar a doação agendando transferências automáticas pra conta da instituição. Também é possível doar com cartão de crédito com cobrança recorrente e até mesmo por meio de plataformas como PicPay. As vezes as pessoas não doam por achar que é preciso se preocupar em gerar um boleto e pagá-lo todo mês (isso é chato e a pessoa esquece). Toda a operação é feita pela internet. Sem deslocamento físico nem ligações.

Sabe quando você tem vontade de fazer algo, mas não faz? Daí um amigo chega e fala que tá fazendo aquela coisa. Concorda que você vai ficar ainda mais inclinado a querer fazer? Pois bem, quando você disser a eles que já doa, sutilmente você os estará incentivando a doar também.

Fale que a contribuição pode ser de R$10 por mês, não tem problema. Doar pouco não é motivo de vergonha. Dez reais são suficientes para comprar uma bandeja de ovos. Parece pouco, mas para várias instituições, no final do mês, uma bandeja de ovos é bem vinda. Além disso, depois que seus amigos começarem com a primeira doação de dez reais, eles tenderão a quererem doar mais no futuro. O importante é dar o pontapé inicial.

Para finalizar, indique instituições em que você confia e os auxilie com a primeira doação. O que quer o dizer com auxiliar na primeira doação? Primeiro pergunte se ele quer pagar via transferência ou cartão de crédito. Se for transferência, pergunte qual o banco dele e pesquise por uma instituição que tenha conta naquele banco (pra não pagar TED). Se a conta dele não cobrar TED, apenas indique uma instituição que você confia. Auxiliar os seus amigos também será uma ação de caridade.

É isso :)

quarta-feira, 24 de junho de 2020

A pegadinha da Caixa na suspensão do financiamento imobiliario

A questão é muito simples e me veio à mente quando tentei realizar a suspensão do financiamento (eu tinha motivos matemáticos de que valeria a pena). Ao iniciar o processo pelo app Habitação, essa tela apareceu::


Como eu achava que era a suspensão do financiamento da Caixa? 
Eu entendia que a cobrança da parcela parava e que o saldo devedor continuava sendo atualizado pela taxa de juros mensal. No meu caso, o saldo devedor é 120 mil. Então, se eu pausasse o contrato por três meses, ao final estaria devendo R$122.700,00. Isso é o que eu, inocente, pensava.

E como é que realmente funciona? 
Como a minha parcela é de R$1.600,00/mês, se eu pausasse o financiamento por três meses, a Caixa pegaria cada parcela """suspensa""" e somaria ao meu saldo devedor (120k + 1600 + 1600 + 1600 + ). Além disso, aquela taxa de juros mensal incidiria sobre esse valor total de saldo. Ao final, o meu saldo devedor passaria de 120 mil pra R$127.600,00 (conta aproximada). E em cima disso ainda incidiriam os juros mensais ao longo das 165 parcelas restantes!! 💥💥💥💥💥

E se eu não pausasse o financiamento?
Ao final de três meses eu estaria devendo R$117.900,00.

Portanto, jovem, se você ou alguém que você ama está pensando em fazer isso, pode fazer, mas não se deixe enganar. Apesar de necessária para muita gente, essa suspensão não deixa de ser uma cilada-binus.

Aliás, eu estou falando isso como se fosse uma novidade, mas de repente todo mundo já sabe. Se for, excelente. Senão, fica o alerta!

sexta-feira, 19 de junho de 2020

Dado é dado, emprestado é emprestado

Quando eu tinha mais ou menos 9 anos, cheguei para o meu pai para pedir dinheiro. Eu estava meio inseguro, pois achava que ele não daria os 5 reais que eu ia pedir. Então decidi chegar pra ele e ao invés de falar "pai, me dá cinco reais", falei "pai, me empresta cinco reais". Achei que isso soaria melhor aos ouvidos do velho. Ele deu a grana e falou "é pra devolver, viu?". Dei uma risada e fui embora.

Com mais ou menos uma semana depois, ele me chamou na sala. Perguntou se eu tinha usado o dinheiro, se tava feliz com o que tinha comprado e se não estava esquecendo de nada 👀. Eu disse que tinha usado e que estava feliz, mas não estava lembrando de nada que pudesse estar esquecendo. Então ele disse que eu tinha pedido o dinheiro EM-PRES-TA-DO. Também disse que emprestado não é dado. Disse também que sabia que eu não teria com o que pagar, mas que mesmo assim me arranjou a grana só para que, num momento futuro como aquele que vivíamos na sala, pudesse me dar essa lição de que emprestado não é dado.

Como num sermão, ele disse que quando eu quisesse pedir dinheiro dado eu pedisse dado e que no dia que eu pedisse algo emprestado a alguém, que devolvesse, pois como já havia falado "emprestado não é dado"

E o tempo passou... Me tornei adolescente/jovem

Quando comecei a dirigir criei um mau hábito de pegar o carro do meu pai e a devolver só na reserva, só no cheirinho. Fiz isso meia dúzia de vezes. Até que um dia ele me chamou e disse que tinha algo a acrescentar àquela lição do dinheiro emprestado. Ele me disse que se precisar pedir emprestada alguma coisa a alguém, que devolva melhor do que recebeu. Para concluir o mini-sermão, disse que quando eu pegasse o carro dele ou de qualquer pessoa, eu o devolvesse com mais gasolina do que tinha quando eu recebi.

E foi mais uma lição que recebi do meu pai. Hoje faço desses conselhos uma realidade na minha vida. Ninguém se queixará por não ter recebido um dinheiro que me emprestou, até porque sequer o peço. Os bancos servem pra isso. Também nunca ninguém se arrependerá de ter me emprestado qualquer objeto, pois se eu puder devolver melhor do que recebi, o farei.

Por hoje é só!

quarta-feira, 10 de junho de 2020

O meu carro e o Jetta

Essa semana eu fui fazer um exame médico. Estacionei o meu carro na rua e logo à frente tinha Jetta. É um carro maravilhoso. Eu adoraria ter um daqueles. Olhei pra ele e dei um leve sorriso. Sabe aquele sorriso que você dá quando vê algo que lhe encanta? Pois é... Foi um sorriso desse.

Entrei na clínica, fiz o que tinha de ser feito e voltei pra meu carro, mas antes de chegar até ele, dei uma nova fitada naquele Jetta e decidi tirar uma foto pro blog pra gente poder trocar umas ideias sobre essa história A foto dos dois é essa aqui.


De 2015 a 2019 eu vivi uma situação de intenso endividamento. Naquela época, por conta de um acidente que deu pt, ficamos sem carro (em outro post falarei sobre o que fizemos com a indenização). Passamos 9 meses andando de ônibus e, em raríssimas exceções, de Uber.

No nono mês eu estava com 34 mil reais. Achei um KIA Cerato no OLX. O carro era lindo! Custava 44 mil reais. Peguei R$10 mil em um empréstimo consignado e em agosto de 2018 comprei o carro. Era exatamente esse da foto


Nos primeiros quinze dias era uma paixão. Eu testava cada recurso dele. Sempre que podia eu descia o pé no acelerador e fazia curvas bem sinuosas para testar a estabilidade da suspensão. Afinal, eu vinha de um Ford Focus hatch 2.0.

Conforme os dias foram passando, o Cerato foi perdendo a graça. Quando a ano virou, arquei com R$1.200,00 de IPVA. Pouco tempo depois precisei trocar dois amortecedores e meia dúzia de peças: R$2.300,00. Depois foram os pneus por R$784,00 o par. Ah! Também teve o seguro de R$3.767,42. O consumo de 8.5km/l (gasolina) também não me agradava.

Quando chegou em março de 2019 (7 meses depois da aquisição), eu parei para refletir. Comecei lembrando o quanto eu gastava com ônibus: R$147,00 por mês. Já nesses 7 meses que fiquei com o carango ele me levou R$8.051,00, o que equivale a R$1.150,00/mês (sem contar a gasolina e a depreciação). Lembrei de uma peça que deu problema. A maldita custava R$7k!!!!!! Minha sorte foi o carro estar na garantia e cobrir a troca. Para terminar, lembro da grana que eu gastava frequentemente para desempenhar as rodas de liga leve que se empenavam nas avenidas de queijo suíço que eu trafegava. O desempeno de cada roda me custava R$120,00. Rapidamente cheguei à conclusão de que eu não precisava mais de um carro caro.

Fiz o anúncio dele por R$49k e vendi por R$48k (o cara se apaixonou pelo carro e eu lucrei R$4 mil). Com o dinheiro da venda eu quitei os R$10k do empréstimo, comprei um Ford Ka+ 2015 por R$30.100,00 e o resto da grana abati o financiamento do meu apartamento.

Saí de um aro 16 para um aro 14 com pneus mais em conta. Estou fazendo 10,5km/l na gasolina. O seguro do meu Ka+ me custou R$1.600,00 e o IPVA R$825,00. O Ka+ tem a mesma quilometragem do KIA, mas não me deu sequer uma dor de cabeça com troca de peças. Suas rodas são de aço com calotas, não de liga leve.

Quando olhei para aquele Jetta na rua, fiquei encantado, mas quando lembrei do quanto gastei com o meu Cerato... Só vinha o sentimento de repulsa.

A cada vez que eu abastecia, me batia um desânimo. Sério. Comecei a pensar porque eu queria aquela potência de motor para andar na cidade que limitava a velocidade a 60km/h. Eu viajava, mas era raro. Quando eu recebia o orçamento de um concerto, era uma tristeza, um arrependimento. Os valores do seguro e do IPVA eu sabia antes de comprar, mas fiquei me enganando pois pensava "mas ele é um excelente carro, vai valer a pena!". Descobri que não vale.

Para concluir, assim como admirei aquele Jetta, admiro os carros do condomínio onde moro, mas só admiro. Se um dia eu quiser sentir o prazer de dirigir um, eu alugo.

Por hoje é só.

quinta-feira, 4 de junho de 2020

A forma que achei para economizar com roupas e fraldas para o meu bebê

Minha bebê tem 1 ano. Ela ainda não gasta muito, até pelo fato de ainda mamar e não ir pra creche. Apesar disso, algumas coisas custam muito e precisam ser frequentemente compradas: roupinhas e fraldas.

Periodicamente eu tiro um tempo para procurar maneiras de enxugar o orçamento doméstico. Na última vez, percebi que poderíamos trocar roupas novas e caras por usadas e baratas. Também pensei que poderíamos testar fraldas mais baratas que as atuais.

Pensei que esse assunto fosse difícil de tratar com a minha esposa, pois ela é cheia de mimimi. Para minha surpresa ela se mostrou aberta ao assunto e topou discutir a possibilidade de comprarmos roupas usadas e fraldas mais simples para a nossa filhota.

Iniciei falando sobre as roupas. Disse pra ela que as roupas caseiras e para dormir poderiam ser feias e de má qualidade. Feias porque usaremos apenas em casa e de má qualidade pois nossa filha cresce rápido e as roupas logo se perdem. Por fim, falei que as novas e bonitas poderiam continuar sendo compradas para quando fôssemos para eventos sociais ou para visitar parentes.

Ela concordou. Passada essa fase, fomos conversar sobre que roupas poderiam ser compradas usadas. Concluímos que eram pijamas, meias e roupas de ficar em casa (camisetinhas, body, etc).

Depois fomos para o OLX. Compramos muita coisa, mas o destaque foi para dois pijamas usados da Carter's, cada um saiu por R$10,00!. A vendedora ainda veio deixar na nossa casa! Um novo na Internet custaria pelo menos R$95,00.




Depois de economizar com roupas, fomos atrás de reduzir os custos com fraldas descartáveis. Para começar, fiz uma extensa pesquisa em grupos de mães. A ideia foi colher feedbacks das mães sobre cada marca. Avaliei os seguintes critérios: se vaza, se cheira muito, se aguenta pouco xixi, se assa a criança e se a fralda fixa bem. Cheguei à conclusão que algumas mães dividem as fraldas em duas categorias: pra dormir e para o dia. As fraldas para dormir são as melhores (e mais caras): absorvem muito, não assam, não vazam. Já as do dia são fraldas mais baratas pois costumam ser frequentemente trocadas por causa do cocô. Como são trocadas muitas vezes, não precisam absorver tanto xixi. Fiz a seguinte lista com o valor da tira tamanho G obtido no Extra e Atacadão:

Fraldas para dormir
  • Huggies Supreme Care (vermelha) - R$1,01
  • Huggies Fralda Roupinha (vermelha) - R$1,00
  • Pampers Ajuste Total - R$1,29
  • Pampers Comfort Sec - R$0,91
Fraldas para o dia 
  • Huggies Turma da Mônica (azul) - R$0,67
  • Pompom Protek - R$0,65
  • Baby Looney Tunes - R$0,63
  • Babysec Galinha Pintadinha - R$0,68
Depois de coletar os preços, combinei com a minha esposa de testarmos um pacote de cada marca. Eu os comprei e começamos os testes. Depois de testar cada uma, chegamos à conclusão que usaríamos a Huggies Supreme Care para dormir e a Huggies Turma da Mônica para passar o dia. Essa Turma da Mônica vazou algumas vezes, mas foram raras as ocasiões.

A diferença de preço da mais barata para a mais cara é de 60,23%! Considerando um consumo de 6 fraldas por dia, com a Huggies Supreme Care em um ano você gastaria R$2.181,06. Usando a Baby Looney Tunes o gasto cai para R$1.360,80. Isso sem falar nas promoções que aparecem tanto pra uma quanto para outra.

Para finalizar, se você quer reduzir os custos com seu bebê, deixe o preconceito de lado e experimente roupas usadas. Prove as marcas de fraldas mais baratas. Fazer isso não é amá-lo menos. Existe coisa mais importante pra gastar como a creche, o material escolar, um passeio, uma viagem.

Em uma próxima postagem vou falar sobre a adoção de fraldas ecológicas que são uma versão moderna e mais barata das fraldas de pano e calças enxutas.

Se permita!

Por que no Brasil pagamos 3 vezes pela saúde?

O SUS é de graça, ou melhor, já está pago. Mesmo assim, somos obrigados a pagar por um sistema de saúde suplementar o qual chamamos de "...